Crítica: “Assassin’s Creed” de Justin Kurzel

© 2016 Twentieth Century Fox Film Corporation and Ubisoft Motion Pictures Assassin’s Creed. All Rights Reserved.
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Através de uma tecnologia revolucionária que desvenda as suas memórias genéticas, Callum Lynch (Michael Fassbender) revive as aventuras do seu antepassado, Aguilar, na Espanha do século XV. Callum descobre que é descendente de uma misteriosa sociedade secreta, os Assassinos, e que reúne conhecimentos e habilidades extraordinárias para controlar a opressiva e poderosa organização Templários no presente.

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Sou da opinião de que para se ver um filme não é preciso mais do que as palavras que estão escritas no argumento. Não precisei de ler “O Senhor dos Anéis” para ficar fascinado com a Terra Média. O mesmo se passou com o mundo dos feiticeiros de “Harry Potter”. No entanto, acho que poderia jogar todos os jogos de “Assassin’s Creed” e iria continuar sem perceber o que vi no grande ecrã.

Na realidade, ainda não entendo.

O filme começa com o nosso herói (Michael Fassbender) a ser morto por injecção letal. Que crime horrendo é que ele cometeu – perguntam vocês – para merecer tal sentença? Não sabemos porque não nos é dito. Após ter sido executado, Callum Lynch é ressuscitado por uma agência que possui uma tecnologia capaz de o fazer habitar o corpo de um antepassado seu; capaz, também, de fazer parkour assim como BASE Jumping sem necessitar de um paraquedas, enquanto procura por uma relíquia chamada a “Maça do Edén” que, segundo esta agência, é capaz de radicar por completo todos os comportamentos violentos da Humanidade… Mas para isso Callum terá de matar umas tantas pessoas pelo caminho.

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Como é que o ressuscitaram? Não sabemos porque não nos é dito. Eu suspeito de que foi no terceiro dia. Que tecnologia é essa que permite alguém controlar o corpo de um antepassado no século XV? Uma grua toda tuning. Como é que funciona? Não sabemos porque não nos é dito. Mas deve existir um manual de instruções. Como é que a “Maça do Edén” é capaz de extinguir a violência nos seres humanos?

Repitam comigo: “Não sabemos porque não nos é dito.” Se calhar é uma questão de fé.

As sequências de acção são frenéticas e não no bom sentido. O trabalho das equipas de duplos é excelente, mas raramente conseguimos perceber isso porque a montagem está constantemente a mudar os ângulos de câmera e a cortar as cenas ora para a frente, ora para trás. Os efeitos especiais parecem consistir apenas em pó, poeira, nevoeiro, fumo ou uma combinação dos quatro. Sinceramente não sei o que levou o realizador a fazer este tipo de escolha. Esconder o mundo da história que está a contar numa névoa permanente.

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Os actores estão simplesmente perdidos. E são actores do mais alto nível. Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons, entre outros. Completamente perdidos num guião sem nexo. E por vezes consegue notar-se que não acreditam no que estão a dizer. Infelizmente nessas alturas não houve névoa…

Em suma, um filme fraco, com um argumento fraco, que utiliza grandes actores de forma fraca.

Aparentemente a maldição dos filmes adaptados de videojogos é real…

Para acabar deixo-vos esta pergunta: Como é que Callum consegue correr numa linha recta no passado, quando o seu corpo está no presente numa sala circular?

Não sei. Não me foi dito…

Este artigo não foi escrito segundo o Acordo Ortográfico de 1990.

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